Luis Fabiano: 'Espero ser, de vez, o camisa 9'

  • setembro 28, 2008
  • By Pâm Cristina LF*
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Atacante fala sobre seu sonho de ser referência na Seleção Brasileira

A Seleção Brasileira parece ter um novo termômetro. Quando ele entra em ação e faz gols, dificilmente a equipe sai de campo derrotada. Foi assim contra o Chile esse ano e contra o Uruguai, em 2007, ambos pelas Eliminatórias para a Copa. Novamente convocado por Dunga e em alta com aamarelinha, Luís Fabiano se abre e revela que quer demarcar de vez o seu território com a camisa 9. Confira este e outros assuntos nessa entrevista concedida ao LANCENET!:

Jefferson Rodrigues: Mais uma convocação para o currículo...

Estou muito feliz de estar entre os convocados de novo. Vivo grande fase no Sevilla, o que se refletiu na Seleção. Esse é o caminho para ir em busca do meu sonho: a Copa. Pouco a pouco venho conquistando meu espaço e espero poder ser o camisa 9 de uma vez.

Erich Onida: Logo após a boa vitória sobre o Chile, você comentou: “com esse espírito venceremos qualquer um”. O que houve contra a Bolívia? Faltou esse espírito?

Cada jogo tem a sua história. Realmente não conseguimos fazer uma boa partida, sair da marcação e criar perigo. Mas isso se deve também à Bolívia, que se fechou, jogando com os 11 jogadores atrás e dando pontapé. Ficou muito difícil de fazer aquela apresentação que todos esperavam. O Chile jogou aberto, e jogar assim contra o Brasil é perigoso. Esse é o caminho que teremos pela frente para voltarmos a ser aquele Brasil que joga para frente, que encanta e faz gols.

Rodrigo Cerqueira: O que fazer para que a atuação contra a Bolívia não se repita?

Tentamos fazer um gol logo no início, até porque, assim, acreditávamos que o jogo ficaria fácil. E foi aí que pecamos: não conseguimos o gol. O tempo foi passando e a torcida ficando impaciente.Você entra no desespero e vai para cima de qualquer jeito. E sem organização as coisas se complicam. Temos de tomar esse jogo como exemplo para furarmos esse bloqueio nos próximos. Mas jogando no Maracanã, num campo maior, os times têm mais dificuldade de ficar na retranca.

JR: Jorginho falou com o L! que a pressão é muito maior do grupo se cobrando por uma boa exibição do que de fora. É verdade?

O grupo tem de se cobrar, senão se acomoda, independentemente se há cobrança de fora ou não. Todos se cobram muito e sabem que podem render mais. Conversamos e tentamos melhorar, mas não temos muito tempo para ficarmos juntos e treinar. É claro que gostaríamos que o povo e a imprensa estivessem sempre do nosso lado, de trabalhar com elogios. Infelizmente isso não vemacontecendo, mas não nos deixamos levar por isso.

RC: Como ficou o sentimento do grupo ao entrar no Engenhão e ver um estádio praticamente vazio e, com poucos minutos de jogo, a torcida já vaiando a Seleção?

É claro que a gente gostaria de ver o Engenhão lotado e com a torcida apoiando o tempo todo, mas já estávamos preparados para as vaias caso o gol não saísse logo. Só não estávamos preparados para ver o Engenhão vazio, porque não é o habitual em jogos da Seleção.

JR: Próximo jogo no Brasil será no Maracanã. Você não participou daquela festa da goleada de 5 a 0 sobre o Equador, quando a torcida foi praticamente o oposto do jogo no Engenhão. O que esperar da torcida carioca agora? O jogo contra a Venezuela pode influenciar?

Independentemente do jogo na Venezuela, tenho certeza de que o Maracanã vai lotar, porque ali a torcida sempre vai e faz a festa. Mas é claro que a paciência vai depender muito do jogo contra a Venezuela.

RC: A derrota para a Venezuela em amistoso nos EUA foi uma espécie de divisor de águas na Seleção. Nunca havíamos perdido para eles. Fica algum receio daquele jogo para este nas Eliminatórias?

Foi um amistoso, não era um jogo que valia três pontos e vaga na Copa. A gente respeita a Venezuela, o futebol hoje está muito igual, não se vence mais com o peso da camisa. Mas estamos confiantes, sabemos que temos condições de vencer e vamos para cima deles. Quando vale ponto e Copa, aí o bicho pega.

EO: Dois dos nossos grandes craques da Seleção deixaram a Espanha: Ronaldinho para a Itália, Robinho para a Inglaterra. O futebol espanhol perde um pouco de visibilidade aqui no Brasil por isso?

Certamente. Foram duas perdas muito grandes para o futebol espanhol. Com dois craques desse quilate indo embora o campeonato perde em brilho, visibilidade e credibilidade. Mas acredito que, ainda assim, continua como um dos melhores da Europa. Mas agora, em vez de passarem o Espanhol, vão passar o Italiano e o Inglês (risos), fazer o quê?!

RC: Barcelona e o Real começaram mal o Espanhol. Dá para confiar que dessa vez vai mudar alguma coisa no panorama com relação à conquista de título?

São os dois clubes grandes da Espanha e, com certeza, os favoritos. Mas há outros clubes que podem ser campeões, caso do Atletico de Madrid, do Villarreal e do Sevilla, apesar de vivermos uma fase de transição. Infelizmente teremos de nos entrosar disputando o campeonato e o grupo nem é tão grande.

JR: Em toda janela de transferência parece que você vai deixar o Sevilla, mas o clube espanhol consegue segurá-lo. O que acontece?

Realmente já tive várias propostas de clubes grandes, concretas, mas sempre teve uma complicação no meu contrato, com a porcentagem de uma empresa que tinha contrato com o Sevilla, que não cedia às cláusulas. Um jogava para o outro, o outro jogava para um, e os clubes sempre desistiam. Agora, o Sevilla me fez uma proposta interessante de renovação e acertei por mais três anos. Vivo tranqüilo na cidade, muito agradável. Estou adaptado, sei que vou jogar e tenho a oportunidade de fazer uma outra grande temporada. Assim, surgirão outras propostas interessantes.

EO: Mas em algum momento você pensou: “não, agora não tem jeito, essa proposta é irrecusável, chegou o meu momento de sair, de respirar novos ares”?

Sim. Surgiu um clube, que me atrai muito, que fez uma proposta, mas ainda assim nunca tive 100% de certeza de abandonar o Sevilla. Mas, infelizmente, nunca chegou uma boa coisa para o Sevilla pelo fato de não ter 100% dos meus direitos federativos. Então, nunca pude falar “o Sevilla apostou em mim, graças a Deus as coisas deram certo aqui, eu posso sair de cabeça erguida e o clube vai lucrar com a minha venda e eu vou embora.”

RC: Por muito dinheiro você jogaria no Uzbequistão?

É difícil, porque tenho duas filhas pequenas. E poderia até ganhar um caminhão de dinheiro que não viveria e me sentiria feliz com elas num país como esse. É muito complicado para a família.

EO: Qual é o seu time nessa febre do video game? Quem você escala e coloca para jogar?

Não sou muito de jogar video game. Na Seleção, Ronaldinho Gaúcho costuma jogar contra o Jô, os dois se matam na frente da TV. Se eu jogasse, seria com a Espanha (risos). Mas se me arriscar, com certeza vou perder. Não levo muito jeito para isso, não.


Te Amo Fabuloso e sempre estarei contigo!
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