Luis Fabiano: 'Espero que em 2010 momentos como este se repitam'

  • dezembro 25, 2009
  • By Pâm Cristina LF*
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25/12/2009 - Por André Kfouri ao jornal Lance: O envelope estava em cima da mesa, ao lado do teclado do computador, me aguardando. Nessa época do ano, eles chegam todos os dias, em grande número. Os tamanhos são diferentes, mas o objetivo é igual. A etiqueta com meu nome, dessas feitas por computador e com a marca de uma das assessorias que cuidam da imagem de jogadores de futebol, acabou com qualquer dúvida: mais um cartão de Natal.

Hoje esse tipo de mensagem, real ou virtual, é absolutamente pasteurizado. Não digo isso para diminuir o valor ou a simpatia da intenção. Apenas para deixar claro que fui apenas um entre centenas, talvez mais, de jornalistas que receberam exatamente a mesma correspondência. Na parte de cima do cartão, a foto de um jogador comemorando um gol pela Seleção Brasileira. Imagem muito bem captada. Braços, boca e olhos abertos, revelando emoção pura. Ao olhar, a gente quase consegue sentir o que só ele sentiu. Na parte de baixo, a simplicidade das palavras completa a ideia: “Espero que em 2010 momentos como este se repitam. Boas Festas e ótimo ano novo!”. E a assinatura: Luis Fabiano.

Impossível questionar a sinceridade dos votos. Na foto, ele está usando a 9 do Brasil, correndo para receber o abraço dos companheiros logo após o primeiro gol da Seleção contra a Argentina, nos 3 x 1 de Rosário, em Setembro. Repetições desse momento, no ano que vem, são boas para todos nós. Especialmente para ele. Não sei se LF teve participação na produção do cartão, mas, se não teve, quem o fez acertou em cheio. Estivemos juntos recentemente na Espanha, para uma entrevista sobre a próxima Copa do Mundo. É muito difícil encontrar um assunto que o interesse mais.

Sentado no sofá do escritório de sua casa perto de Sevilha, Luis Fabiano não conseguia ficar parado ao falar sobre a África do Sul. Perguntei sobre a empolgação que ele nem tentava disfarçar. “É a coisa mais importante que existe para um jogador, né? E não tem como não ficar assim. Eu estou ansioso, mas não nervoso”, ele respondeu. Pense bem: o cara está numa fase espetacular há dois anos, tem garantido com gols a posição mais vulnerável da Seleção Brasileira. É o artilheiro da “gestão” atual, homem de confiança do técnico desde os dois gols marcados na vitória suada sobre Uruguai, no Morumbi, em novembro de 2007. E se a Copa do Mundo começasse amanhã, sua presença no time titular seria tão certa quanto o nascer do sol.

O problema é que a Copa não começa amanhã. “Se eu for convocado, será o ponto mais alto da minha carreira”, Luis Fabiano disse, duas ou três vezes em meia hora de conversa. Não entendi bem o condicional, a dúvida, a hipótese. Ele explicou, batendo na mesa de madeira ao lado do sofá: “É complicado, a gente (o Sevilla) tem jogos importantes no ano que vem, e ninguém vai tirar o pé, nem eu”. O fantasma de uma lesão (por infeliz coincidência, ele está machucado agora) entra em campo em todos os jogos.

Nada mais pode impedir que a frase do cartão de Natal seja uma premonição.

Toc, toc, toc!

(para visualizar a matéria publicada no blog do André clique aqui)

Saudações Fabianistas*

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