As mulheres que domaram o Fabuloso...

22/06/2010 - Ele já foi um dos piores alunos da escola, o encrenqueiro do bairro e o jogador mais indisciplinado do futebol brasileiro. Com um passado desses, fica difícil imaginar como Luís Fabiano conseguiu terminar a tensa e violenta partida contra a Costa do Marfim, no domingo, sem ter levado ao menos um cartão amarelo. A explicação tem dois nomes: Giovanna e Gabriella, de 6 e 3 anos, respectivamente. O nascimento das filhas o transformou num outro homem.
“Eu não gostaria que minhas filhas passassem vergonha na escola, com os colegas dizendo que o pai delas é maloqueiro, briguento ou qualquer coisa do tipo”, justifica Luís Fabiano, que hoje tem 29 anos. “Precisei mudar na marra. Que exemplo eu iria dar para as meninas?”

Em 2003, apontado como o melhor jogador no Brasil, ele carregava também o rótulo de indisciplinado, por causa da série de cartões vermelhos. “Era pelo menos um cartão vermelho a cada dois jogos”, reconhece. Agora, ele já está há mais de um ano sem ir cedo para o chuveiro.

Tanta rebeldia tinha a ver com o abandono paterno, a infância pobre e a falta de perspectiva de vida melhor na infância. Ele chegou a fazer terapia com a psicóloga Regina Brandão, mas ainda vivia altos e baixos.
Até que em 20 de junho de 2004 veio ao mundo Giovanna, a primeira filha do craque. “Eu sempre escutava falar que as coisas mudam quando um filho nasce, e achava balela. Mas, pelo menos para mim, foi exatamente o que aconteceu. Hoje vivo em função das minhas princesas e da minha esposa”, assegura.

“Se continuasse sendo expulso com frequência, não estaria aqui na Copa do Mundo”, ressalta Fabuloso, que dedicou seus dois primeiros gols em Mundiais às herdeiras. Na comemoração, ele fez o número seis com as mãos. “É porque foi aniversário de 6 anos da Giovanna.”

A dedicação às filhas tem a ver com o drama da infância. Rejeitado pelo pai, que o abandonou pouco depois do nascimento, Luís Fabiano prometeu a si mesmo que sempre estaria ao lado de Giovanna e Gabriella. Além das meninas, quem ganha é o torcedor brasileiro, que vê um atacante cada dia melhor.

Saudações Fabianistas*

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