Após dois golaços, Luís Fabiano volta a sorrir na Seleção


21/06/2010 - Foram mais de nove meses de espera. Quase 600 minutos de agonia. Mas o jejum de Luís Fabiano acabou da melhor maneira possível: dois golaços na vitória por 3 a 1 da Seleção Brasileira diante da Costa do Marfim, na segunda rodada do Grupo G da Copa do Mundo.
Luís Fabiano voltou a ser o Luís Fabiano da última temporada, que marcou 11 gols em 13 partidas, tão decisivo e importante para o técnico Dunga. Sorridente e brincalhão, como sempre. Bem diferente do Luís Fabiano dos últimos dias, angustiado e ansioso com os seis jogos sem marcar com a camisa amarela.

Depois da partida, como foi eleito o melhor em campo pela Fifa, foi até a sala de entrevistas. Recebeu um troféu no formato de tambor, prêmio de uma das patrocinadoras do evento para o destaque em campo. Quando vai posar para foto, percebe o ex-jogador Cafu sentado na primeira fileira da bancada dos jornalistas. Abre mais um sorriso e abraça o capitão do penta.

Recebe os parabéns de um torcedor convidado para entregar o troféu e agradece. Ouve a pergunta se poderia dar um autógrafo e atende com paciência. O fotógrafo oficial pede mais algumas poses, o atacante congela o sorriso. Dois, três, quatro flashes. Até o assessor da Fifa cansa e pede que liberem Luís Fabiano para sentar à mesa.

O jogador sobe no palco, olha para os dois lados. Parece ainda um pouco em êxtase. Aperta a mão do assessor e fixa o olhar nele. "Por favor, seus comentários sobre o jogo?", questiona o oficial da Fifa em inglês. Luís Fabiano leva dois segundos para voltar a si e responde também em inglês. "Desculpe, eu não falo inglês".

Coloca o fone de ouvido para tradução simultânea e faz sinal de positivo. Responde em tom de desabado. "Um jogo pegado, um adversário complicado. Mas o Brasil soube jogar à sua maneira, dominando o adversário desde o começo. Para mim, esse jogo era muito importante, já que eu estava há muito tempo sem fazer gols, apesar de estar tranquilo, estar trabalhando e estar vindo de um mês parado sem jogar (lesão)".

E continuou... "Esse jogo contava muito. Queria voltar a fazer gols. Deu muito certo. Graças a Deus acabei ajudando a Seleção com gols. Apesar dos gols, o importante é a classificação e a vitória. O importante é que todo mundo se doou e todos estão de parabéns. Chegamos até aqui juntos e hoje não vai ser diferente. Apesar dos gols, dedico essa vitória ao grupo", disse.

Deixa a sala. Entra no corredor da zona mista do estádio Soccer City, onde tem de encarar um batalhão de jornalistas. Não perde a pose. Responde um a um, sem pressa. E comemora: "Gosto muito do gol contra a Argentina pela jogada, mas esse foi o mais bonito pela Seleção", afirma.

O gol a que Luís Fabiano se refere foi o segundo contra a Costa do Marfim. Após usar a mão e aplicar dois chapéus nos adversários, ele fuzilou o goleiro Barry, encaminhando a vitória. Antes, havia feito outro belo gol, após receber passe de Kaká e chutar forte, já perdendo o ângulo. Gols que fizeram a torcida gritar seu nome no estádio.

A comparação feita por Luís Fabiano na entrevista foi com o gol marcado contra os argentinos, justamente o seu último até então com a Seleção. O Brasil venceu o maior rival em Rosário e se classificou à Copa do Mundo com três rodadas de antecedência. Era 5 de setembro de 2009.

Naquela altura, Luís Fabiano era o principal destaque do time. Tinha acabado de ser o artilheiro da Copa das Confederações com cinco gols em cinco jogos, além de ter papel decisivo em outras partidas na temporada.

Mas como todo bom atacante, também viveu um período longe das redes. Venezuela, Inglaterra, Omã, Zimbábue, Tanzânia e Coreia do Norte. Seis jogos que pareceram uma eternidade. Mas que não incomodam mais o artilheiro Luís Fabiano. Contra Portugal, sexta-feira em Durban, ele estará em campo para seguir com a rotina de fazer gols.

You Might Also Like

0 comentários