Tutor de dupla, Vadão aprova L. Fabiano e até expulsão de Kaká

21/06/2010 - Neste domingo Kaká e Luís Fabiano foram os principais jogadores do Brasil na vitória por 3 a 1 sobre a Costa do Marfim na Copa do Mundo. O entrosamento é antigo. Há nove anos eles já formavam uma dupla que causava dor de cabeça nas defesas adversárias. Em 2001, os dois craques de Dunga jogavam juntos no São Paulo, sob o comando de Vadão, que aprovou os gols do centroavante e até mesmo a expulsão do meia com a camisa da seleção.

"Fiquei muito contente pelo Luís Fabiano, porque eu conheço ele. Ele estava ficando mais ansioso por não marcar há alguns jogos, o que até faz parte do artilheiro, mas fico muito feliz porque ele conseguiu superar bem esse problema e mostrou que está mais amadurecido", disse Vadão, responsável por levar o centroavante ao São Paulo em 2001.

Após um semestre sem grandes atuações no Rennes, da França, quando tinha apenas 20 anos, Luís Fabiano chegou ao Tricolor por influência direta do treinador, no início de 2001. Comandando um grupo de jovens promessas, que contava inclusive com Kaká e Julio Baptista, o treinador pediu à diretoria a contratação do jovem atacante, que nove anos mais tarde se tornaria estrela da seleção brasileira na Copa do Mundo.

"Ele chegou e fez uma dupla muito interessante com o França. O Luís tem essa característica de trombador, de contato. O segundo gol hoje foi em cima dessa característica dele", lembrou-se Vadão, ao falar sobre o lance em que Luís Fabiano dominou a bola na entrada da área, chapelou dois zagueiros e bateu para aumentar a vantagem brasileira.

Quem também deve parte do sucesso atual a Vadão é Kaká. Ainda desconhecido da torcida, com 18 anos de idade, e com o nome escrito de forma diferente (Cacá), o meia foi lançado pelo treinador na final do Torneio Rio-São Paulo de 2001, contra o Botafogo, marcou os dois gols da vitória por 2 a 1 e garantiu o título.

Nove anos depois, o camisa 10 da seleção brasileira é uma das principais estrelas do futebol mundial e teve influência direta na vitória por 3 a 1 sobre a Costa do Marfim, com duas assistências - uma para Luís Fabiano e outra para Elano - e muita vontade no comando do meio campo do Brasil.

"Ele teve uma atuação muito boa, em um jogo muito duro, que o adversário bateu muito. Dentro das condições dele para essa Copa, que vinha sem jogar e se recuperando de contusão, ele foi muito bem", analisou Vadão, primeiro técnico de Kaká como profissional.

O meia do Brasil empolgou tanto Vadão, que o atual treinador da Portuguesa mostrou-se contente até mesmo com a expulsão de Kaká. Apesar de discordar do critério adotado pelo árbitro francês Stephane Lannoy, o técnico comemorou o fato do camisa 10 do Brasil chegar às oitavas de final da Copa do Mundo sem nenhum cartão amarelo acumulado.

"Aquilo foi uma grande brincadeira. Eles bateram o tempo todo e o juiz não coibiu a violência. O jogador toma uma, duas, três pancadas e vai ficando com o sangue quente, não tem jeito. Na verdade foi até bom ele ter tomado esse segundo cartão amarelo, porque agora ele volta sem nenhum", concluiu.

Além de Kaká e Luís Fabiano, Vadão também foi responsável pela ascensão de Julio Baptista. Nas mãos do treinador no São Paulo, o jogador que atuava como volante virou meia, posição em que se destacou defendendo também o Sevilla, o Real Madrid, o Arsenal e a Roma.

Outro craque lançado por Vadão foi Rivaldo, um dos principais jogadores da campanha do Brasil na conquista do quinto título da Copa do Mundo, em 2002, na Coreia do Sul e no Japão. O treinador comandou o habilidoso meia-esquerda no Mogi Mirim, em 1992, na equipe que ficou conhecida como Carrossel Caipira, pelas variações táticas adotadas durante os jogos.

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