Luis Fabiano quer esquecer lesões: 'Que 2012 seja o ano da virada'


Um ano para esquecer. É dessa maneira que pode ser analisada a primeira temporada de Luis Fabiano no seu retorno ao São Paulo. Contratado no dia 11 de março de 2011 por € 7,6 milhões (R$ 17,5 milhões) junto ao Sevilla (ESP), o atacante ainda não conseguiu ser o Fabuloso que ele e a torcida tricolor esperavam. Uma lesão em um tendão próximo ao joelho direito que se complicou, uma inesperada cirurgia e sete meses preso ao departamento médico foram os primeiros obstáculos do camisa 9.

O ano mudou, mas a sorte segue sem acompanhar o atacante. No dia 28 de janeiro, na terceira rodada do Campeonato Paulista, Luis Fabiano sofreu um estiramento na coxa direita na vitória por 2 a 1 sobre o São Caetano. Foram mais cinco semanas e meia de recuperação. O fato é que, desde que foi apresentado em 29 de março do ano passado em grande festa realizada no estádio do Morumbi, o atacante atuou em apenas 15 das 65 partidas que o time disputou. Marca que, além de deixar o torcedor preocupado, incomoda o atacante.

– Quando voltei, tinha muita coisa na minha cabeça e nada do que eu imaginava aconteceu. Não é fácil, mas tenho de dar a volta por cima. É o que vou procurar fazer agora – diz o jogador.

A volta aos gramados ocorrerá nesta quarta-feira, no duelo contra o Independente-PA, pela Copa do Brasil. No hotel onde a delegação são-paulina está concentrada em Belém, Luis Fabiano conversou com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM durante meia hora. E rapidamente, pôde-se perceber a ansiedade do camisa 9.

A vontade de estar em campo, o medo de sofrer outra lesão e principalmente, a necessidade que tem de voltar a marcar gols e fazer o torcedor sorrir. O Fabuloso falou sobre o seu momento, revelou que por causa da cirurgia realizada em 2011 terá de adotar uma rotina especial de treinos para não sofrer novas lesões e também não escondeu a mágoa com os críticos, que, segundo ele, "aproveitam o momento difícil para aparecer".

Confira a entrevista abaixo.


GLOBOESPORTE.COM - Chegou a hora que você e o torcedor esperavam. Pronto para retornar?
Luis Fabiano – Pronto. Espero que desta vez, tudo corra bem, que possa finalmente ter uma sequência de jogos e que possa ajudar o São Paulo a conquistar os objetivos que foram traçados para 2012. A lesão na coxa foi mais um momento duro, difícil. Foi a terceira lesão desde que voltei ao Brasil. Nada aconteceu do jeito que eu esperava.
 
É melhor esquecer o primeiro ano de retorno ao São Paulo?

É um ano para esquecer por causa das lesões. Tive um problema grave no ano passado, não esperava ficar tanto tempo parado. Nunca havia machucado nada, nunca havia feito uma cirurgia. Espero que 2012 seja o ano da virada, que eu consiga fazer o que estou acostumado, que são gols e futebol de alto nível.
 
O que mais incomoda nesse momento?

Não conseguir ter uma sequência, não poder jogar no meu nível e fazer o que estou acostumado. Entrar em campo preocupado se vai machucar é complicado. Algumas pessoas, no entanto, se aproveitam disso para colocar minha condição física em xeque, o que é lamentável. Ninguém sabe o que eu sofro no departamento médico e todo o esforço que faço para voltar ao time. No Brasil é assim, não existe respeito pelo profissional e pela saúde do atleta.
 
Mas você encara com normalidade o excesso de lesões?

É preciso saber analisar as coisas. No ano passado, fiquei sete meses parado. Quando isso acontece, a musculatura perde força. Para você voltar ao ritmo normal e fazer a perna ganhar força não é fácil. Até atingir o equilíbrio, a chance de ter uma lesão é maior.

Precisamos dar uma resposta ao torcedor neste ano. E isso significa conquistar um título e a volta para a Libertadores"
Luis Fabiano
 
A lesão muscular que você teve contra o São Caetano teve alguma relação com o problema que você teve no ano passado?

Sem dúvida. Na operação de 2011, eu tirei um músculo do tendão semitendinoso. Quando isso acontece, você acaba costurando um músculo no outro. O que existia antes fica sobrecarregado, já que aquele que você costurou perde a elasticidade e praticamente perde a função. A lesão que tive não foi no músculo operado e sim, no do lado, que pode ficar sobrecarregado por causa da cirurgia. Daqui para frente, vou ter de sempre fazer muito fortalecimento, cuidar bem para manter o equilíbrio para não ter novas lesões. Desde o início sabia que poderia ter uma lesão na coxa direita. Sempre que forçar demais, ele vai acusar. A operação mexeu na estrutura e leva tempo para acostumar.



Observando quanto foi pago pelo seus direitos e analisando seus números, você se sente pressionado?

De maneira nenhuma. Não estou pressionado. É claro que as coisas não ocorreram como eu esperava, mas lesões fazem parte da vida de um jogador. Além do mais, fiz um grande sacrifício para voltar ao São Paulo, pouca gente sabe disso (o jogador reduziu seu salário e ainda perdoou uma dívida que o Sevilla tinha com ele para fechar o negócio com o Tricolor). A cabeça está boa, tenho personalidade para encarar as dificuldades. Já que estou aqui, vou procurar fazer tudo da melhor maneira possível. O que me tira do sério é escutar mentiras. É profundamente desagradável.

O desempenho mostrado pelo Willian José, que fez nove gols no último mês, deu a você mais tranquilidade para se recuperar da melhor maneira possível ou o pressiona porque agora você precisa voltar e marcar gols?

Não tenho de mostrar nada para ninguém, já tenho minha história consolidada. O que me deu tranquilidade é que o time estava indo bem, ele estava indo bem. Para mim, não é algo surpreendente, anormal. Até porque, a partir do momento em que o jogador está no São Paulo, é obrigação dele corresponder e marcar gols, é para isso que ele foi contratado. Ele (Willian) está em um time grande e tinha de entrar e dar conta do recado. Fico feliz por ele, é um menino que vem trabalhando muito.

Como um dos líderes do elenco, você criticou a equipe no final de 2011 dizendo que, com a falta de comprometimento, era difícil ter sucesso. Em três meses e com a profunda mudança que foi feita 
pela diretoria, é possível notar alguma mudança?

Quando eu falei do time sem comprometimento, não citei nenhum jogador, foi uma falha do grupo em geral. Melhorou muito, nesse ano precisamos dar uma resposta ao torcedor. E isso significa conquistar um título e a volta para Libertadores. Hoje, o pessoal está mais focado, todo mundo sabe o que precisa fazer.
 
E a sua relação com Leão?

Relação boa, conversa muito comigo. Ele me dá liberdade para falar e agir da maneira que eu sou. Quem vê de fora, parece que sou marrento, mas não causo problemas. Nossa relação está bacana, sem problemas.
 
Como está o fôlego para a partida desta quarta-feira?

Vamos ver o que a comissão técnica vai decidir. Por mim, jogo os 90 minutos, porque sei dosar o ritmo quando necessário.
 
Para fechar, quer deixar algum recado para o torcedor são-paulino?

Para os que me apoiam e passam mensagens de incentivo, quero dizer que estou de volta para ajudar. É só ter um pouco de paciência porque esse time vai dar a resposta que todos querem. Quem não gosta de mim e me critica, talvez iludido por besteiras que vêm sendo comentadas, no final, quando eu brilhar e levantar a taça, vai ter de me aplaudir.

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Saudações Fabianistas*

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