13/06/2010 - A pacata Nelspruit, com pouco mais de 200 mil habitantes, não parece ter sido contaminada com o vírus da Copa do Mundo. A três dias de receber sua primeira partida do torneio, a cidade está longe de ter o mesmo clima que tomou conta de outros centos (maiores, é verdade), como Joanesburgo e Cidade do Cabo.

Apesar da proximidade da partida entre Honduras e Chile, quarta-feira, no Mbombela Stadium, os comerciantes não se importaram em abrir bares ou restaurantes por conta dos turistas. As ruas estão desertas e com pouca decoração relacionada ao Mundial. Os ambulantes, tão comuns em faróis e esquinas do país, praticamente não existem. Barulho de Vuvuzelas? Nem pensar.

Alguns moradores encontraram uma resposta para a cidade não se animar tanto: os jogos. A África do Sul não mandará nenhuma partida em Nelspruit. Para piorar, entre as maiores seleções, apenas a Itália atuará uma vez no local, quando enfrentará a Nova Zelândia, dia 20, pela segunda rodada da primeira fase. Os outros duelos serão entre Sérvia e Austrália, além de Coreia do Norte e Costa do Marfim.

O clube mais importante da região também não ajuda muito. O Black Aces, que atua na cidade de Witbank, distante cerca de 200km de Nelspruit, terminou o campeonato nacional na penúltima colocação.

- Eu adoraria ver um jogo dos Bafana Bafana, mas, infelizmente, eles não estarão aqui. O Brasil também seria legal de ver, principalmente o Ronaldo – disse a desinformada vendedora Cassy Smith.

A seleção brasileira, aliás, não anda com muito crédito em Nelspruit. Nas vitrines dos shoppings, o time de Dunga perde de lavada para ingleses e espanhóis, além dos donos da casa. A maior referência à equipe canarinho é um enorme pôster de Luis Fabiano logo na entrada de uma das lojas. O problema é que pouca gente conhece o Fabuloso.

- Esse é o... o... em qual time do Brasil ele joga mesmo? – se confundiu o policial Vicent Muleni.

Enquanto Nelspruit segue calma antes da Copa, a região deve faturar bastante com a presença de turistas. O local é repleto de belezas naturais, como o Parque Nacional Kruger, principal ponto para quem pretende se aventurar em um safári.