02/07/2010 - Os três jogadores mais badalados do Brasil - Kaká, Robinho e Luís Fabiano - ainda não jogaram bem juntos nesta Copa do Mundo. Mostraram bom futebol, mas separadamente. Mesmo assim, é neles que o torcedor aposta. Quando Kaká estava se arrastando por conta de contusões passadas e falta de preparo físico, Robinho chamou a responsabilidade para si e conduziu o Brasil na primeira vitória, com gols de Maicon e Elano.
Depois, foi a vez de Luís Fabiano resolver a parada nos 3 a 1 contra Costa do Marfim. Fez dois gols e recuperou o terreno perdido durante uma fase sem graça de preparação, nulo até nos amistosos contra Zimbábue e Tanzânia. O jogo contra Portugal, empate de compadres, sem gols, como comentaram jornalistas portugueses em pé de guerra com o técnico Carlos Queiroz, foi um refresco para a seleção, já que o resultado foi favorável para os dois lados, o Brasil ficou em primeiro da chave e Portugal garantiu sua classificação em segundo.
Faltava apenas Kaká confirmar sua recuperação. E ela veio diante dos chilenos, nas oitavas. O Brasil ganhou de 3 a 0, com o jogador fazendo boa apresentação, dando passe perfeito para Luís Fabiano fazer o segundo gol do time e já podendo mostrar algumas boas arrancadas. Os três têm nesta sexta-feira a missão de carregar a seleção contra os holandeses. Não se espera menos.
Dunga, no entanto, faz de tudo para tirar a pressão dos seus homens de frente. “Não dependemos somente deles, senão deveríamos escalá-los em todas as partidas, mesmo machucados. Dependemos de todo mundo, do Lúcio, do Juan, do Julio Cesar... De todos”, disse o treinador. “Se a gente tiver o coletivo forte, as individualidades vão aparecer e crescer nos jogos”.
Esse também é o discurso dos três. Kaká sabe o peso que tem para o Brasil em seu terceiro Mundial, e nesse, particularmente, não mais na condição de coadjuvante, mas de estrela da companhia, o segundo mais caro do mundo atrás apenas de Cristiano Ronaldo. Mesmo assim, desde seu primeiro dia na África do Sul ele faz questão de dividir o fardo com o restante dos 22 escolhidos. “Sei da minha responsabilidade, mas todos aqui tem a sua também. Se ganha, ganham todos. E se perde, perdem todos também”.
Na mesma linha se equilibram Luís Fabiano e Robinho. Eles assumem sua parte na caminhada, sem, no entanto, bater forte no peito, como faz Robinho, por exemplo, no Santos. “Se precisar dar carrinho eu dou. Estou aqui para ajudar a seleção”, já comentou o atacante santista.
Luís Fabiano abre mão de qualquer conquista individual para voltar para casa com o título na mala. É a filosofia de Dunga na essência. Os três sabem, porém, que o que eles fizerem na África do Sul vai ecoar pelo mundo todo. E que podem sair da Copa como participantes ou como heróis. (AE)
Saudações Fabianistas*
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