O que será da seleção sem Kaká e Luís Fabiano?

19/05/2010 -  A popularidade de Dunga já não está tão em alta como era o desejo de qualquer treinador, especialmente de uma seleção brasileira e justamente às vésperas de uma Copa do Mundo. E a situação pode piorar ainda mais se duas das principais estrelas do time não conseguirem recuperação satisfatória de seus problemas de contusão: Luís Fabiano e Kaká.

Ambos fazem recuperação no Reffis, do São Paulo, ex-clube deles. O atacante tem a situação mais preocupante, segundo o fisioterapeuta do clube paulista. Ele sente uma dor na coxa, mas promete estar com 100% de condições físicas para a estreia no Mundial da África do Sul.

Já o meia-atacante estava recuperado na Espanha. Ele não estava jogando constantemente para ser poupado e sente dores normais na coxa esquerda. Coisas de um atleta em fim de temporada. A temida pubalgia, segundo o especialista, não incomoda mais.

Mesmo com tanto otimismo, há a possibilidade do time não contar com destaques que fazem a diferença a favor do time de Dunga. Por isso, o Abril.com listou o que pode acontecer com a seleção pentacampeã caso Kaká e Luís Fabiano não fiquem à disposição da seleção verde-e-amarela.

Time comum
Kaká está entre os melhores jogadores do mundo desde que chegou ao futebol europeu, em 2003. No meio do ano passado, foi contratado pelo Real Madrid na segunda transação mais cara da história. Luís Fabiano também trilha caminho de sucesso no Velho Continente, mas sem o mesmo “glamour”. Na próxima temporada, deve ter sua primeira experiência em um time grande. Sem os dois, é natural que a seleção seja um time comum na Copa do Mundo. Os grandes astros estariam em Robinho, sem a mesma credibilidade dos dois lesionados, e na defesa.

Defesa a todo custo
Não é segredo que a sólida defesa é o ponto forte da seleção brasileira e o alicerce do esquema tático de Dunga. Sem Kaká e Luís Fabiano, ela teria de se destacar ainda mais. Júlio César, Maicon, Lúcio e Juan precisariam se tornar verdadeiros paredões para suportar os ataques adversários. Isso deu certo recentemente, com a Itália, em 2006. Na ocasião, o goleiro Buffon foi um dos grandes nomes do Mundial da Alemanha e o zagueiro Cannavaro ganhou o prêmio de melhor jogador do torneio. A Itália, porém, tem a estratégia defensiva fincada em sua escola de futebol, ao contrário do Brasil.

Articulação
Uma das armas mais poderosas da seleção brasileira é a forte marcação seguida pelo contra-ataque. Kaká é praticamente o único responsável por receber a bola e usar sua poderosa arrancada para levar a bola até o ataque. Sem ele, a seleção pode ficar dependente da ligação direta entre zaga e ataque ou ainda abusar das jogadas pelas laterais. Kaká é o quarto atleta que mais jogou entre os convocados, com mais de cinco mil minutos dentro de campo e 25 gols marcados.

Gols
Sem Luís Fabiano, o time corre risco de ficar sem uma referência rápida dentro da área. Grafite pode tentar fazer o papel exercido pelo matador do Sevilla, mas não seria igual. Com 55 jogos vestindo a camisa do time pentacampeão (40 a menos que Kaká), tem os mesmos 25 gols marcados. Ele foi o vice-artilheiro das eliminatórias da Copa, com nove gols, só atrás de Humberto Suazo, do Chile, que balançou as redes dez vezes, e o principal goleador no título do Brasil na Copa das Confederações, como visto na foto.



Substitutos
O reserva de Kaká é a grande polêmica da convocação de Dunga. Ronaldinho Gaúcho e Paulo Henrique Ganso seriam opções, mas não passaram dos sete reservas da lista do capitão do tetra. Por isso, a criação teria de se contentar com Júlio Baptista. Pelo menos é o que as últimas mexidas de Dunga indicam. Uma outra possibilidade é a entrada de Daniel Alves no meio. Para Luís Fabiano, o treinador pode tentar adaptar o esquema com Grafite. Ou então dar mais velocidade, mas perder parte da referência na área, com Nilmar ao lado de Robinho.



Favoritismo
Apesar de toda a falta de confiança do país, o Brasil é o atual líder do ranking da FIFA. Ultrapassou recentemente a outra grande favorita ao título, a Espanha. Sem Luís Fabiano e Kaká, dois dos que estiveram concorrendo ao prêmio de melhor jogadores do mundo no fim do ano passado, o favoritismo para o hexacampeonato pode cair pelas tabelas. Inglaterra e Argentina são uma das candidatas a passar a seleção na preferência dos apostadores. Sem as estrelas, a seleção pode ver seu favoritismo não passar de um papel de coadjuvante.

Saudações Fabianistas*

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